Embolização de Aneurisma Cerebral

O aneurisma cerebral é uma dilatação anormal localizada em determinado ponto de fragilidade das artérias que irrigam o cérebro. Em algum momento o aneurisma pode romper levando a um sangramento cerebral difuso com graves consequências para o paciente, ou seja, alto risco de óbito ou sequelas neurológicas incapacitantes e permanentes.

A embolização do aneurisma cerebral é atualmente o tratamento de eleição para grande parte dos aneurismas. Trata-se de uma técnica minimamente invasiva onde é possível tratar essa doença sem a necessidade de abrir a cabeça do paciente (craniotomia).

É um procedimento realizado em sala de hemodinâmica e consiste na oclusão seletiva do aneurisma cerebral com molas de platina (coils), stent e balões de remodelagem.


Sintomas

Os aneurismas cerebrais normalmente são assintomáticos e silenciosos, manifestando-se somente após a sua ruptura com consequente hemorragia cerebral. A hemorragia subaracnóidea (hemorragia resultante da ruptura do aneurisma cerebral) é um quadro extremamente grave, com mortalidade próxima a 40%, sendo que a maioria dos pacientes que sobrevivem ficam com sequelas potencialmente graves e incapacitantes.

Alguns aneurismas não rotos, ou seja, que ainda não sangraram, podem dar sintomas como dores de cabeça, alteração visual e tonturas.


Indicações

A embolização do aneurisma cerebral é indicada quanto há a necessidade de tratamento da lesão. O ideal é sempre tratar o aneurisma antes da sua ruptura (sangramento). Atualmente, com o avanço da técnica endovascular (embolização) e aprimoramento dos materiais disponíveis para oclusão do saco aneurismático, a grande maioria dos aneurismas cerebrais são passíveis de tratamento utilizando essa técnica minimante invasiva. 

A indicação de tratamento dos aneurismas cerebrais não rotos deve ser individualizada e levar em consideração diversas características da lesão (tamanho, localização, crescimento, irregularidade da parede aneurismática, captação de contraste na parede do aneurisma, etc) e do paciente (idade, histórico pessoal e familiar de aneurisma cerebral, sintomas apresentados pelo paciente, tabagismo, hipertensão arterial e demais comorbidades).

Os aneurismas rotos, ou seja, aqueles que sangraram, devem ser tratados com urgência devido ao risco de ressangramento, que pode elevar a mortalidade para até 80%.


Procedimento

A embolização do aneurisma cerebral é uma técnica minimante invasiva onde não é necessário a abertura do crânio do paciente para o tratamento da lesão. A cirurgia é feita por via endovascular, ou seja, por dentro das artérias. Para tal, é necessário realizar uma punção de uma artéria na perna do paciente, na altura da virilha (artéria femoral) ou no braço (artéria radial ou braquial) e levar um microcateter até a região do aneurisma e então realizar a sua oclusão.

Para realizar a oclusão do saco aneurismático podemos utilizar micromolas de platina (coils), stent, balão, ou em casos mais complexos, pode ser necessário a utilização de todos esses matérias em uma mesma cirurgia.

Existem diversos tipos de coils, stent e balão disponíveis e a escolha do material mais adequado vai depender das características do aneurisma e do paciente, portanto, a escolha da melhor técnica de embolização é individualizada.

Vale ressaltar que por se tratar de uma cirurgia minimante invasiva o tempo de recuperação do paciente é menor em relação a cirurgia aberta e em casos de aneurismas que não sangraram o paciente recebe alta hospitalar em 24 a 48h após a cirurgia e pode voltar a suas atividades diárias em menos de uma semana.

Nenhuma incisão cirúrgica é necessária, apenas um pequeno furo na pele que não precisa de curativos especiais.


Dúvidas Frequentes

Atualmente, com o progressivo avanço da técnica endovascular (embolização) e o continuo aprimoramento dos materiais disponíveis para a oclusão do aneurisma cerebral, grande parte dessas lesões são passiveis de tratamento por via endovascular com segurança e efetividade.

De modo geral, não existe um melhor tipo de stent e sim o stent mais adequado para o tipo de aneurisma apresentado pelo paciente, o tratamento deve ser individualizado. Inclusive, existem casos onde nem se faz necessário a utilização desse dispositivo.

Os riscos principais da embolização incluem acidente vascular cerebral, ruptura do aneurisma durante o procedimento e complicações do sitio de punção arterial.

Em geral, qualquer tipo de tratamento só deve ser realizado quando o risco de ruptura do aneurisma é maior do que os riscos do próprio procedimento.

A embolização dos aneurismas cerebrais geralmente é realizada sob anestesia geral.

Não, a quantidade e os intervalos das angiografias de controle após a embolização será determinada de acordo com a técnica e materiais utilizados no tratamento do aneurisma. Em muitos casos somente uma angiografia cerebral de controle é necessária.